Empresas que confundem mudança com transformação não vão voar.

A “Era Digital” trouxe para as organizações o desafio de se adaptar às constantes e aceleradas mudanças de mercado, mas é um engano achar que a principal resposta para isso é mudar processos e tecnologias.

Fernando Cosenza
3 min readJul 22, 2021

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O The New York Times (NYT) foi o primeiro jornal do mundo a lançar uma versão online. Em 1996, os seus líderes viram a Internet como um novo canal para o consagrado modelo de negócio baseado em venda de publicidade.

Achavam que aderir de forma pioneira à nova tecnologia seria o suficiente para ampliar o crescimento e, consequentemente, os resultados da empresa. Afinal, assim como os leitores das edições impressas, os novos internautas seriam apenas mais leitores.

Os anos que se seguiram provaram que eles estavam errados.

Definitivamente, o impacto da Internet foi muito maior do que imaginaram. Apesar das grandes mudanças implementadas para “digitalizar o NYT”, o jornal não escapou de uma profunda dificuldade financeira em 2008.

As coisas começaram a tomar outro rumo a partir de 2010. Depois de longos debates internos, o jornal anunciou o início da cobrança pelo acesso ao conteúdo digital.

Quebrava-se ali um paradigma importante, já que alguns temiam que a cobrança reduzisse a audiência do site e, por consequência, a sua receita publicitária. Quem pensava assim estava olhando para o lado errado.

A despeito da falta de consenso, a organização deu os primeiros passos para a sua transformação, indo além de meras mudanças de processos e tecnologias e mergulhando mais fundo para adaptar o seu modelo de negócio aos novos tempos.

No final de 2020, as receitas das assinaturas online do NYT superaram pelo primeira vez as receitas de assinaturas físicas. Mais relevante ainda é o fato de que a única linha de receita que crescia era a dos produtos digitais. Assinaturas físicas e publicidade apresentaram queda consistente no terceiro trimestre de 2020.

O que podemos aprender com essa história?

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Fernando Cosenza

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